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Apple e IBM anunciaram esta semana acordo único na cooperação mútua. Duas empresas, que no início do boom tecnológico moderno poderiam ser descritas como arquiinimigas, querem melhorar a sua posição na esfera corporativa com este passo.

Dada a história peculiar entre a Apple e a IBM, a colaboração atual pode parecer um tanto surpreendente. A segunda empresa citada tornou-se alvo de duras críticas por parte da empresa da maçã na década de 1984, principalmente por meio do notório anúncio “XNUMX”. No entanto, passados ​​trinta anos, tudo parece ter sido esquecido e o estado actual do mercado exige uma forma de cooperação sem precedentes.

O acordo é incomum para a Apple em particular – a fabricante do iPhone geralmente tenta operar de forma independente tanto quanto possível e não gosta de depender de terceiros. Ainda mais quando se trata de uma empresa desse porte e antiga rival. Por que a Apple decidiu dar esse passo? A empresa californiana tentou esclarecer o acordo incomum imediatamente após seu anúncio por meio de um comunicado à imprensa.

“Utilizando os pontos fortes das nossas duas empresas, transformaremos o lado móvel da esfera corporativa através de uma nova geração de aplicações empresariais”, explica o anúncio oficial. “Traremos os recursos de dados e análises da IBM para o iPhone e iPad”, acrescenta Apple. A empresa californiana lista ainda as vantagens individuais que o acordo único deve trazer para a dupla de empresas:

  • A próxima geração de mais de cem soluções empresariais para mercados específicos, incluindo aplicativos nativos desenvolvidos totalmente para iPhone e iPad.
  • Serviços de nuvem exclusivos da IBM otimizados para iOS, incluindo gerenciamento de dispositivos, segurança e integração móvel.
  • Novo serviço e suporte AppleCare adaptado às necessidades do mundo empresarial.
  • Novos pacotes de serviços da IBM para ativação, provisionamento e gerenciamento de dispositivos.

A Apple está a planear implementar soluções de software desenvolvidas especificamente para setores empresariais individuais, como retalho, saúde, banca, telecomunicações ou transportes. O primeiro destes serviços deverá surgir pela primeira vez no outono deste ano e os restantes no decurso do próximo ano. Junto com isso, as empresas também verão a customização do AppleCare, que fornecerá suporte técnico 24 horas por dia das equipes da Apple e da IBM.

Em suma, ambas as empresas mencionadas conquistarão uma melhor posição no mercado empresarial, o que sempre foi importante para a IBM e representa uma oportunidade potencialmente muito lucrativa para a Apple, através da cooperação mútua. Com este passo, a empresa apple resolverá uma situação não muito ideal no âmbito empresarial, à qual, segundo muitos especialistas em TI, não dá a devida atenção.

Embora mais de 97% das empresas da Fortune 500 já utilizem dispositivos iOS, mesmo segundo o próprio Tim Cook, ela não ocupa a melhor posição no setor empresarial. “A tecnologia móvel fez muito pouca incursão nessas empresas – e na indústria comercial em geral –”, disse v conversação pró CNBC. A realidade é que podemos encontrar iPhones e iPads nos altos escalões das grandes empresas, mas a implantação desses dispositivos em milhares de unidades é uma exceção.

Até o momento, a Apple não prestou muita atenção aos requisitos dos departamentos de TI das grandes empresas, que diferem em muitos aspectos das necessidades dos usuários comuns. Assim, os dispositivos iOS poderiam chegar às corporações, mas do ponto de vista técnico era necessário contar com aplicativos e serviços provisórios ou incompletos. “A Apple nunca disse diretamente: ‘Estamos desistindo dos negócios’, mas de alguma forma foi assim que as pessoas se sentiram”, disse o analista Roger Kay em mensagem servidor Macworld. Esta situação deverá ser alterada no futuro pelo acordo com a IBM, que permitirá à gigante corporativa um acesso muito maior ao sistema do que teve até agora através da API padrão do desenvolvedor. O resultado serão aplicativos nativos melhores para iPhone e iPad.

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A IBM também se beneficiará do acordo de diversas maneiras. Primeiro, será uma oportunidade de revender produtos Apple para empresas e oferecer-lhes novos aplicativos nativos. Em segundo lugar, também um certo “renascimento” de uma marca talvez um tanto obsoleta, através de uma ligação com uma marca de eletrónica de consumo extremamente bem sucedida. Por último, mas não menos importante, não devemos esquecer a natureza do acordo de exclusividade da IBM. Não pode acontecer que a Apple anuncie uma colaboração semelhante com, por exemplo, a Hewlett-Packard dentro de algumas semanas.

Tanto para a Apple como para a IBM, o acordo de cooperação sem precedentes trará diversas vantagens muito interessantes. A Apple tem potencial nos próximos meses para melhorar radicalmente a sua competitividade na esfera corporativa e a popularidade dos departamentos de TI das grandes empresas, sem a necessidade de grandes mudanças na sua filosofia corporativa. Todo o trabalho duro ficará para a IBM, que para variar terá uma nova fonte de renda e o necessário renascimento da marca.

Os únicos que podem beneficiar desta mudança são os fabricantes de dispositivos concorrentes e os criadores de serviços empresariais, como a Microsoft ou o BlackBerry. São estas duas empresas que estão a tentar ocupar (ou manter) a maior fatia possível do sector empresarial, e o acordo Apple-IBM é actualmente a última coisa de que poderiam precisar no seu caminho para o sucesso.

Zdroj: Apple, Todas as coisas da Apple, Macworld, CNBC
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