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O debate sobre o desbloqueio do iPhone bloqueado pertencente ao terrorista morto a tiros que atirou em 14 pessoas com sua esposa em San Bernardino em dezembro é tão sério que o chefe da Apple, Tim Cook, decidiu dar uma entrevista exclusiva na TV para ABC Notícias do Mundo, no qual defendeu sua posição quanto à proteção dos dados dos usuários.

O editor David Muir teve meia hora pouco convencional com Tim Cook, durante a qual o chefe da Apple explicou sua visão do atual um caso em que o FBI solicita que o software seja criado, o que permitiria aos investigadores acessar iPhones bloqueados.

“A única maneira de obter a informação – pelo menos a que conhecemos agora – seria criar um software que se parecesse com o câncer”, disse Cook. “Achamos que é errado criar algo assim. Acreditamos que este é um sistema operativo muito perigoso”, afirma o responsável da Apple, que revelou que também irá discutir este tema com o presidente dos EUA, Barack Obama.

O FBI chegou a um beco sem saída na investigação do ato terrorista de dezembro passado, porque embora tenha protegido o iPhone do invasor, ele é protegido por senha, então ele quer que a Apple desbloqueie o telefone. Mas se a Apple atendesse ao pedido, criaria uma “porta dos fundos” que poderia então ser usada para entrar em qualquer iPhone. E Tim Cook não quer permitir isso.

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“Se um tribunal nos ordenar a fabricar este software, pense no que mais ele poderia nos forçar a fazer. Talvez para criar um sistema operacional de vigilância, talvez para ligar a câmera. Não sei onde isso vai parar, mas sei que não deveria acontecer neste país", disse Cook, que afirmou que tal software colocaria centenas de milhões de pessoas em risco e atropelaria as suas liberdades civis.

“Não se trata de um telefone”, lembrou Cook, enquanto o FBI tenta argumentar que só quer entrar em um dispositivo com um sistema operacional especial. “Este caso é sobre o futuro.” Não apenas segundo Cook, um precedente seria aberto, graças ao qual o FBI poderia então exigir a quebra da segurança e criptografia de cada iPhone. E não só telefones desta marca.

“Se vai haver uma lei que nos obrigue a fazer isso, então ela deveria ser abordada publicamente e o povo americano deveria ter uma palavra a dizer. O lugar certo para tal debate é no Congresso", Cook indicou como gostaria de lidar com todo o caso. No entanto, se os tribunais decidirem, a Apple está determinada a ir até ao Supremo Tribunal. “Em última análise, teremos de seguir a lei”, concluiu Cook claramente, “mas agora trata-se de fazer ouvir o nosso ponto de vista”.

Recomendamos assistir à entrevista na íntegra, filmada no escritório de Cook, na qual o chefe da Apple explica detalhadamente as implicações de todo o caso. Você pode encontrá-lo em anexo abaixo.

Zdroj: ABC News
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