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A Microsoft convocou inesperadamente um misterioso evento de imprensa para segunda-feira, onde deveria apresentar algo grande. Falou-se em aquisições, novos serviços para Xbox, mas finalmente a empresa apresentou em Los Angeles o seu próprio tablet, ou melhor, dois tablets, em resposta ao crescente mercado de dispositivos Post PC, numa área onde o iPad ainda reina.

Microsoft Surface

O tablet se chama Surface, por isso compartilha o mesmo nome da mesa de toque interativa introduzida por Bill Gates. Possui duas versões, sendo que a primeira utiliza a arquitetura ARM e roda Windows 8 RT, sistema operacional desenvolvido para tablets e processadores ARM. O segundo modelo roda Windows 8 Pro completo - graças ao chipset Intel. Ambos os tablets possuem o mesmo design, sua superfície é composta por magnésio processado pela tecnologia PVD. Por fora, é interessante que a parte traseira do tablet se desdobre para criar um suporte, sem a necessidade do uso de case.

A versão ARM com chipset Nvidia Tegra 3 tem 9,3 mm de espessura (0,1 mm mais fino que o novo iPad), pesa 676 g (o novo iPad tem 650 g) e possui tela ClearType HD de 10,6″ protegida por Gorilla Glass, com um resolução de 1366 x 768 e proporção de 16:10. Não há botões na frente, eles estão localizados nas laterais. Você encontrará um botão liga / desliga, um controle de volume e vários conectores – USB 2.0, saída de vídeo Micro HD e MicroSD.

Infelizmente, o tablet não tem conectividade móvel, só precisa se contentar com o Wi-Fi, que é pelo menos reforçado por um par de antenas. Trata-se de um conceito denominado MIMO, graças ao qual o aparelho deverá ter uma recepção muito melhor. A Microsoft teimosamente se cala sobre a durabilidade do aparelho, só sabemos pelas especificações que ele possui uma bateria com capacidade de 35 Watt/hora. A versão ARM será vendida em versões de 32GB e 64GB.

A versão com processador Intel é (de acordo com a Microsoft) destinada a profissionais que desejam utilizar um sistema completo em um tablet com aplicativos escritos para a arquitetura x86/x64. Isso foi demonstrado executando a versão desktop do Adobe Lightroom. O tablet é um pouco mais pesado (903 g) e mais grosso (13,5 mm). Recebeu um conjunto de portas mais interessante - USB 3.0, Mini DisplayPort e slot para cartões micro SDXC. No coração do tablet está um processador Intel Ivy Bridge de 22 nm. A diagonal é igual à versão ARM, ou seja, 10,6″, mas a resolução é maior, afirma a Microsoft Full HD. Uma pequena joia é que esta versão do tablet possui aberturas nas laterais para ventilação. O Surface com tecnologia Intel será vendido em versões de 64 GB e 128 GB.

A Microsoft tem sido discreta sobre os preços até agora, revelando apenas que eles serão competitivos com os tablets existentes (ou seja, o iPad) no caso da versão ARM e com os ultrabooks no caso da versão Intel. O Surface será fornecido com o pacote Office projetado para Windows 8 e Windows 8 RT.

Acessórios: Teclado no estojo e caneta

A Microsoft também introduziu acessórios projetados para o Surface. O mais interessante é o par de capas Touch Cover e Type Cover. A primeira delas, a Touch Cover tem 3 mm de espessura, fixa-se magneticamente ao tablet assim como a Smart Cover. Além de proteger a tela do Surface, inclui um teclado completo no outro lado. As teclas individuais possuem recortes perceptíveis e são táteis, com sensibilidade à pressão, portanto não são botões clássicos. Além do teclado, há também um touchpad com um par de botões na superfície.

Para os usuários que preferem o tipo de teclado clássico, a Microsoft também preparou o Type Cover, que é 2 mm mais grosso, mas oferece o teclado que conhecemos dos laptops. Ambos os tipos provavelmente estarão disponíveis para compra separadamente – assim como o iPad e a Smart Cover, em cinco cores diferentes. Um teclado embutido na capa certamente não é novidade, já pudemos ver algo semelhante de fabricantes terceirizados de capas para iPad. O modelo da Microsoft não precisa de Bluetooth, ele se comunica com o tablet por meio de uma conexão magnética.

O segundo tipo de acessório Surface é uma caneta especial com tecnologia de tinta digital. Ele tem resolução de 600 dpi e aparentemente se destina apenas à versão Intel do tablet. Possui dois digitalizadores, um para detecção de toque e outro para a caneta. A caneta também possui um sensor de proximidade integrado, graças ao qual o tablet reconhece que você está escrevendo com uma caneta e ignora os toques dos dedos ou da palma da mão. Também pode ser fixado magneticamente na lateral da superfície.

Quo vadis, Microsoft?

Embora a introdução do tablet tenha sido uma surpresa, é um passo relativamente lógico para a Microsoft. A Microsoft perdeu dois mercados muito importantes – os leitores de música e os smartphones, onde está a tentar alcançar a concorrência cativa, até agora com pouco sucesso. O Surface chega dois anos depois do primeiro iPad, mas por outro lado, ainda será difícil deixar sua marca em um mercado saturado de iPads e do barato Kindle Fire.

Até agora, a Microsoft está perdendo o que há de mais importante – que são os aplicativos de terceiros. Embora tenha mostrado o Netflix projetado para telas sensíveis ao toque na apresentação, levará algum tempo para construir um banco de dados semelhante de aplicativos que o iPad utiliza. O potencial do Surface também dependerá em parte disso. A situação pode ser muito semelhante à plataforma Windows Phone, na qual os desenvolvedores demonstram muito menos interesse do que iOS ou Android. É bom que você possa executar a maioria dos aplicativos de desktop na versão Intel, mas precisará de um touchpad para controlá-los, não poderá fazer muito com o dedo e a caneta é uma viagem ao passado.

De qualquer forma, esperamos que o novo Surface chegue à nossa redação, onde poderemos compará-lo com o novo iPad.

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Zdroj: TheVerge.com
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