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Quando Steve Jobs deixou oficialmente o cargo de CEO da Apple em agosto de 2011, a maioria das pessoas se perguntou o que aconteceria a seguir para a empresa. Já durante várias licenças médicas de longo prazo nos dois anos anteriores, Jobs sempre foi representado pelo então diretor de operações, Tim Cook. Ficou claro em quem Steve mais confiava na empresa nos últimos meses. Tim Cook foi nomeado o novo CEO da Apple em 24 de agosto de 2011.

Um artigo muito interessante sobre a evolução da empresa mais valiosa do mundo após a chegada de um novo chefe foi preparado por Adam Lashinsky, escrevendo para a CNN. Ele descreve as diferenças nas ações de Jobs e Cook e, embora procure diferenças em lugares onde elas não são nada óbvias, ainda faz algumas observações interessantes.

Relações com investidores

Em fevereiro deste ano, aconteceu a visita anual de grandes investidores à sede da Apple, em Cupertino. Steve Jobs nunca compareceu a essas visitas, aparentemente porque tinha um relacionamento muito frio com os investidores em geral. Provavelmente porque foram os investidores que pressionaram o conselho de administração que organizaram a saída de Jobs da Apple em 1985. As negociações mencionadas foram, portanto, lideradas principalmente pelo diretor financeiro Peter Oppenheimer. Desta vez, porém, algo incomum aconteceu. Pela primeira vez em anos, Tim Cook também compareceu a esta reunião. Como diretor-gerente, ele respondeu a quaisquer dúvidas que os investidores pudessem ter. Quando atendeu, falou com calma e confiança, como um homem que sabe exatamente o que está fazendo e dizendo. Aqueles que investiram seu dinheiro na Apple tiveram pela primeira vez o próprio CEO disponível e, segundo alguns, ele lhes inspirou confiança. Cook também demonstrou uma atitude positiva em relação aos acionistas ao aprovar o pagamento de dividendos. Uma medida que Jobs rejeitou na época.

Comparando CEOs

Um dos principais esforços de Steve Jobs foi nunca permitir que sua empresa se tornasse um colosso disforme e cheio de burocracia, desviado da criação de produtos e focado em finanças. Então ele tentou construir a Apple no modelo de uma empresa menor, o que significa menos divisões, grupos e departamentos – colocando a ênfase principal na criação de produtos. Essa estratégia salvou a Apple em 1997. Hoje, porém, esta empresa já é a empresa mais valiosa do mundo, com dezenas de milhares de funcionários. Assim, Tim Cook tenta aperfeiçoar a organização e a eficiência da empresa, o que às vezes significa tomar decisões diferentes do que Jobs provavelmente teria feito. É este conflito que continua a ocorrer na mídia, onde cada escritor tenta adivinhar “como Steve teria desejado” e julgar as ações de Cook de acordo. Porém, a verdade é que um dos últimos desejos de Steve Jobs era que a direção da empresa não decidisse o que ele provavelmente iria querer, mas sim que fizesse o que é melhor para a Apple. Além disso, a incrível capacidade de Cook, como COO, de construir um processo de distribuição de produtos altamente funcional também contribuiu enormemente para o valor da empresa hoje.

Quem é Tim Cook?

Cook ingressou na Apple há 14 anos como diretor de operações e distribuição, por isso conhece a empresa de dentro para fora – e em alguns aspectos melhor do que Jobs. Suas habilidades de negociação permitiram à Apple construir uma rede altamente eficiente de fábricas contratadas em todo o mundo que produzem produtos Apple. Desde que assumiu o cargo de diretor executivo da Apple, tem estado sob o olhar atento tanto de funcionários e fãs desta empresa, como de adversários no mercado. Porém, ainda não está deixando a competição muito feliz, pois tem se mostrado um líder confiante e forte, porém mais tranquilo. As ações subiram rapidamente após sua chegada, mas isso também pode ser devido à sobreposição de sua chegada com o lançamento do iPhone 4S e posteriormente com a época de Natal, que é a melhor para a Apple todos os anos. Portanto, teremos que esperar mais alguns anos para uma comparação mais precisa da capacidade de Tim de liderar a Apple como pioneira em tecnologia e design. A empresa de Cupertino tem agora um impulso incrível e ainda “aproveita” os produtos da era Jobs.
Os funcionários descrevem Cook como um chefe mais gentil, mas que respeitam. Por outro lado, o artigo de Lashinsky também mencionou casos de maior flexibilização dos funcionários, o que já poderia ser prejudicial. Mas são informações que vêm principalmente de ex-funcionários que não conhecem mais a situação atual.

O que isso importa?

Por mais que queiramos comparar as mudanças em andamento na Apple com base principalmente em suposições e informações no estilo de conversa de um funcionário, realmente não sabemos o que está mudando atualmente dentro da Apple. Para ser justo, concordo com John Gruber do Daringfireball.com, que diz que mais ou menos nada está mudando aí. As pessoas continuam a trabalhar em produtos em desenvolvimento, continuarão a tentar ser as primeiras em tudo e a inovar de uma forma que ninguém mais no mundo consegue. Cook pode estar mudando a organização da empresa e o relacionamento do CEO com os funcionários, mas vai se apegar muito à qualidade da empresa que Jobs lhe entregou. Talvez saibamos mais ainda este ano, como Cook prometeu em março, após o lançamento do novo iPad, que temos mais pelo que esperar este ano.

Então talvez não devêssemos perguntar se Tim Cook pode substituir Steve Jobs. Talvez devêssemos esperar que ele mantenha a criatividade e a vantagem tecnológica da Apple e faça tudo melhor de acordo com sua consciência e consciência. Afinal, o próprio Steve o escolheu.

autor: Jan Dvorský

Recursos: CNN.com, 9to5Mac. comousarfireball.net

Notas:

Vale do Silício:
'Vale do Silício' é a área mais ao sul da costa de São Francisco, EUA. O nome vem de 1971, quando a revista americana Electronic News começou a publicar uma coluna semanal "Silicon Valley USA", de Don Hoefler, sobre a grande concentração de microchips de silício e empresas de informática. O próprio Vale do Silício consiste em 19 sedes de empresas como Apple, Google, Cisco, Facebook, HP, Intel, Oracle e outras.

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