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Dez títulos já se instalaram em nosso mercado, que pelo nome participam da personalidade/culto de Steve Jobs. Se pretendemos penetrar mais nos cantos do verdadeiro Jobs, ficamos de facto com apenas um, que é a biografia escrita por Walter Isaacson. Depois de três anos, agora tem a oportunidade de apoiá-lo com o título memorial de Chrisann Brennan, parceira de longa data de Jobs e mãe de sua filha Lisa, intitulado Steve Jobs - Minha vida, meu amor, minha maldição.

Provavelmente, cada segundo leitor terá uma pergunta cética: se por acaso Brennan escreveu uma publicação de trezentas páginas, principalmente porque o próprio título (e sua posição na vida de Steve Jobs) tem o potencial de abrir mais do que um pequeno número de livros? carteiras dos leitores. A autora, claro, não afirma nada disso, pelo contrário, dá razões desde o início do seu livro, que definitivamente têm a sua justificação e não temos escolha senão acreditar nelas. E confiar em Brennan ao longo de todos os capítulos seguintes.

Podemos acreditar cegamente que tudo o que aparece no livro é verdade, ou com um pouco de cautela simplesmente perceber o texto como uma das visões dos acontecimentos nos quais Jobs desempenhou um papel importante. Mas se você pegar a arma de Isaacson e as memórias de Brennan, nenhuma outra versão alternativa da história sairá da comparação. Só no caso de Isaacson os temas em questão – muito logicamente graças ao conceito do livro – ocuparam muito menos espaço, mas em nada embelezaram Jobs. Porém, se Jobs saiu da biografia de Isaacson como um gênio de sua época, ainda que humanamente contraditório, ao ler as falas de Chrisann Brennan, você tem a sensação de que realmente não gostaria de viver com Jobs. Não aborda a sua influência na utilização de computadores, na abertura de novos caminhos no mundo da tecnologia. E se for assim, com muito cuidado, com distanciamento, com um pouco de respeito, mas também de desprezo. Em outras palavras, ele praticamente ignora completamente espaço, pelo qual todos nós o adoramos tanto, nós gostamos, em vez disso, mergulha-nos em conflitos interpessoais íntimos, revelando caprichos, falta de fiabilidade, tenacidade estranhamente dirigida, bem como desinteresse indecoroso. Dessa forma, Jobs quase sempre se comporta de uma forma com a qual nós mesmos não nos sentiríamos confortáveis.

Mas o livro tem a qualidade indiscutível de que a relação de Brennan com Jobs é ambivalente. Em suma, é uma gama incrivelmente diversificada de emoções, do amor profundo ao ódio sincero. Desde tentar se livrar completamente de Jobs até se reconciliar e admitir que ela de fato nunca deixou de amar Jobs. O que agora poderia soar como um roubo exemplar da biblioteca vermelha, porém, tem sua justificativa no texto, momentos que Brennan descreve de forma muito clara e vívida. Podemos colocar-nos na situação dela, podemos lutar connosco próprios, quando o fascínio pela personalidade de Jobs se choca com a repulsa e até com o desprezo pela sua desumanidade, ou seja, com a ausência de compreensão e sensibilidade social. Imediatamente, porém, há um flash de luz quando Jobs emerge iluminado, com compreensão e uma ação amigável.

Brennan fez um excelente trabalho com seu primeiro livro. Ele não tem a linguagem literária refinada pela experiência como Isaacson, mas pode formular processos de pensamento/emocionais muitas vezes complexos em formas que podemos imaginar. Embora de vez em quando a estrutura tropece, perdem-se a cronologia e a unidade temática, na intenção fale sobre tudo no entanto, isso não o altera nem o prejudica. Ajudará a avaliar melhor o livro se você não o considerar muito como uma obra literária, e certamente não como uma biografia. É mais como uma declaração aberta, uma conversa com alguém próximo a você, ou talvez até com um especialista, um terapeuta. Captura uma mente às vezes dispersa, às vezes sentimentos pouco claros e um relacionamento com Jobs. Abre realmente toda uma série de feridas dolorosas, não se coíbe de admitir momentos que foram, pelo contrário, muito agradáveis.

Você vai se divertir lendo. Mas se você venera Jobs como um gênio e uma pessoa perfeita, talvez depois dos primeiros capítulos você jogue fora o livro com a reclamação de que Brennan o escreveu por dinheiro de qualquer maneira. O melhor de tudo é que sua personalidade, que tanto admiramos, é caracterizada pela conexão desde o final do livro: perfeição quebrada, e tal rótulo tem - como Jobs, como todo o livro - seus prós e contras...

Se você estiver interessado no livro, poderá encontrá-lo atualmente no e-shop da editora por 297 coroas.

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