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Já se passaram dez anos desde que o famoso cantor Bono, da banda irlandesa U2, fundou seu projeto beneficente Vermelho. Esta iniciativa é agora referida como um excelente exemplo do “capitalismo criativo” que é hoje omnipresente. Na época em que Bono fundou o projeto junto com Bobby Shriver, era algo único.

Logo após o lançamento da iniciativa, Bono e Bobby, sobrinho do ex-presidente dos EUA John F. Kennedy, conseguiram estabelecer cooperação com grandes empresas, incluindo Starbucks, Apple e Nike. Desde então, estas empresas lançaram produtos sob a marca (RED), e as receitas provenientes das vendas destes produtos vão para a luta contra a SIDA em África. Ao longo de dez anos, a campanha arrecadou respeitáveis ​​US$ 350 milhões.

Agora a iniciativa enfrenta um desafio na forma de uma nova década, e Bonovi et al. conseguiu encontrar outro parceiro forte. Esse é o Bank of America, que já doou US$ 2014 milhões para a campanha Red em 10, quando pagou US$ 1 por cada download gratuito de “Invisible” do U2 durante o Super Bowl. Recentemente, este grande banco americano investiu mais 10 milhões de dólares e, além disso, começou a exibir nos seus caixas multibanco fotografias de mães seropositivas e dos seus bebés nascidos saudáveis ​​graças ao Red. É precisamente a transmissão do vírus HIV de uma mãe grávida para o seu filho que Bono está tentando combater.

“Se conseguirmos colocar estes medicamentos (anti-retrovirais, nota do autor) nas mãos das mães, eles não infectarão os seus filhos e poderemos prevenir a propagação da doença”, diz Brian Moynihan do Bank of America. Bono acrescenta que o dinheiro que o Project Red gerou é absolutamente crucial para as pessoas e salva suas vidas. Bono também elogia a eficácia do projeto Red para a educação. “Agora você pode ir a um caixa eletrônico do Bank of America em Toledo, Ohio, e verá uma foto de bebês livres de AIDS nascidos de Red. Faz sentido."

Diz-se que Bono logo descobriu que seria difícil para ele obter apoio político suficiente para os seus planos. A luta contra a SIDA em África não é algo que um político americano pudesse ter vencido nas eleições há dez anos. O dinheiro arrecadado pela campanha Red é administrado por uma organização sem fins lucrativos O Fundo Global, que luta pela erradicação do VIH/SIDA, da malária e da tuberculose. A organização opera com 4 mil milhões de dólares por ano, maioritariamente provenientes de governos, e a Red é o seu doador mais generoso do sector privado.

Talvez ainda mais importante do que os recursos obtidos seja a já mencionada educação, que sai muito mais eficaz da boca dos dirigentes das grandes empresas do que da boca dos profissionais de saúde. A SIDA já matou cerca de 39 milhões de pessoas e as mães seropositivas continuam a infectar os seus filhos ainda não nascidos. No entanto, o número de transmissões está a diminuir significativamente graças à muito melhor disponibilidade de tratamento, e a Red tem um papel nisso. “Quando Red e eu começamos, havia 700 mil pessoas em tratamento para o HIV, agora 000 milhões de pessoas estão sob medicação”, diz Bono.

Conforme já descrito, a Apple também está envolvida na campanha Red. A cooperação com o famoso cantor de rock já foi iniciada por Steve Jobs, que lançou à venda o iPod vermelho com a marca (RED). A colaboração continuou desde então e além das vendas outros produtos (por exemplo, Smart Cover vermelha e Smart Case ou fones de ouvido Beats) A Apple também esteve envolvida de outra forma. Os designers da Apple Jony Ive e Marc Newson para um leilão especial projetou produtos exclusivos, como uma câmera Leica Digital Rangefinder modificada, que foi leiloado por US$ 1,8 milhão. A Apple também participou de vários outros eventos. Neste último, quando sob a marca (RED), entre outras coisas, também vendeu aplicativos iOS de sucesso, para Red arrecadou mais de US$ 20 milhões.

Como resultado, até o designer da Apple, Johny Ive, foi entrevistado sobre a campanha Red e teve de responder à questão de saber se acha que a campanha influenciou outras empresas na forma como pensam sobre a responsabilidade social no ambiente empresarial. Johny Ive respondeu que estava muito mais interessado em saber como se sentia a mãe, cuja filha poderia viver, do que se a campanha Red teve impacto em outras empresas.

A isto ele acrescenta: “O que me levou a sério foi a magnitude e a feiúra do problema, o que geralmente é uma indicação para as pessoas se afastarem dele. Eu realmente gostei de como Bono via o problema – como um problema que precisava ser resolvido.”

Zdroj: Financial Times
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