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Como uma bagatela hoje, a Apple ao apresentar um novo iPhone 5S a 5C mencionou que o pacote de escritório iWork e parte do pacote iLife serão gratuitos para iOS. Pelo menos para dispositivos recém-adquiridos com iOS 7. O preço anterior do iWork (Pages, Numbers, Keynote) era de US$ 9,99 cada, ou US$ 4,99 no iLife (iMovie, iPhoto). Um recurso especial é o Garageband para iOS, que não foi mencionado, mas faz parte do pacote iLife. Parece que a Apple só manterá o Garageband pago na App Store.

A decisão de oferecer o iWork gratuitamente para todos os dispositivos iOS é perfeitamente lógica. Se pegarmos um iPhone que custa à Apple US$ 649 - e sabendo que a margem dos iPhones é de cerca de 50% - sabemos que a Apple obtém um lucro líquido em torno de US$ 300-350 por peça. Ao descontar os aplicativos mencionados acima, a Apple teoricamente perde 3 x US$ 9,99 (iWork) + 2 x US$ 4,99 (parte do iLife) = menos de US$ 40. Isso pressupõe que cada usuário tenha seu primeiro dispositivo iOS e tenha adquirido todos os aplicativos mencionados. Existem muito poucos clientes desse tipo.

Porém, basta que uma em cada cinco pessoas que pensam em comprar um dispositivo iOS seja convencida com base em um argumento do estilo – “ele já tem um Office simples na hora da compra” e terá retorno imediato para a Apple. Esse usuário atraído gastará em aplicativos e outros dispositivos iOS por vários anos. E quanto mais ele usa seu dispositivo, maior é a probabilidade de permanecer no ecossistema. O desconto é, portanto, uma tentativa da Apple de motivar as pessoas a usarem seus dispositivos iOS tanto quanto possível. E uma maior quantidade de software de qualidade já presente no momento da compra sem dúvida terá esse efeito.

Outro fator é que um grande número de pessoas nunca ouviu falar do iWork. Eles conhecem apenas os aplicativos padrão instalados no momento da compra e o que descobrem e recomendam a eles. Ao expandir as funções “principais” de cada hardware iOS, a Apple está aumentando a consciência geral das pessoas sobre os recursos dessas ferramentas “pós-PC”.

Juntamente com este movimento para colocar o iWork nas mãos do maior número de pessoas possível, o lançamento do (ainda uma versão beta) iWork pro corresponde iCloud. A Apple percebeu que os serviços da web devem ser gratuitos para atrair um grande número de usuários. E, ao contrário do Google, que ganha dinheiro com publicidade para cada usuário, a Apple obtém dinheiro do cliente apenas comprando hardware da Apple. Portanto, os serviços devem ser (e deveriam ter sido) gratuitos desde o início. Ouso dizer que se a Apple quiser ampliar ainda mais seu escopo, o iCloud também deverá oferecer gratuitamente até cerca de 100 GB. Os atuais 5GB, na minha opinião, só funcionam como um freio para usar o iCloud para tudo – o que só faz com que se use de graça.

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