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A fábrica da Foxconn na Índia, que atualmente é atingida por toda a extensão da crise cobiçosa, está cortando a produção do iPhone pela metade. O país não consegue lidar com a rápida propagação do vírus. Enquanto isso, Apple, Google, Microsoft, Amazon e outros estão fazendo lobby junto ao governo dos EUA para financiar capacidade adicional de fabricação de chips. Provavelmente não sairemos dessa este ano. 

Mais de uma centena de funcionários da fábrica indiana da Foxconn testaram positivo para o coronavírus, razão pela qual a administração procedeu ao seu encerramento total. Isso está planejado até o final de maio. Tamil Nadu é um dos estados indianos mais atingidos pela segunda onda do coronavírus. Está completamente fechado desde segunda-feira, não há transportes públicos e as lojas estão fechadas. Tudo para reduzir a propagação da infecção.

Meia capacidade 

A Foxconn da Índia reduziu a produção para 50% da sua capacidade, os funcionários foram autorizados a sair, mas não vieram mais. No entanto, como a fábrica dispõe de alojamento próprio num dormitório localizado dentro das instalações, ainda existe alguma mão-de-obra presente. A empresa TrendForce ajustou a sua previsão para o crescimento global da produção de smartphones face a este relatório, que é uma descida de 9,4% para 8,5%. A crise indiana afectará assim clientes importantes da Foxconn, incluindo a Samsung e, claro, a Apple.

COVID-hit-Foxconn-plant

A COVID-19 atingiu a Índia de forma incrivelmente dura devido a uma combinação entre a decisão do governo de não proibir eventos de grande escala e um sistema de saúde inadequado. Como afirma a empresa Lanceta, até 4 de maio, foram notificados mais de 20,2 milhões de casos positivos, com uma média de 378 mil novos casos por dia e mais de 000 mil mortes. Apesar dos avisos sobre os riscos, o governo permitiu a realização de festivais religiosos, bem como enormes comícios políticos que atraíram milhões de pessoas de todo o país.

No início deste ano, a Apple iniciou a produção do iPhone 12 como parte de seus esforços contínuos para eliminar a dependência de fornecedores chineses e da fabricação na Índia. A desaceleração significativa na produção não se deve apenas à pandemia, mas também a uma maior escassez global de chips, que, embora ainda não tenha afetado a produção de telefones da empresa, está a causar atrasos nos Macs e iPads.

Mais dinheiro por mais fichas 

Gigantes da tecnologia como Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Intel, AT&T, Verizon e outros estão formando uma nova coligação que pressiona o governo dos EUA para financiar capacidade adicional de produção de chips. A Semiconductors in America Coalition apoia a Lei CHIPS for America, na qual o presidente Biden está solicitando US$ 50 bilhões em financiamento do Congresso.

O dinheiro será usado para construir capacidade adicional de fabricação de chips nos Estados Unidos. Montadoras como a Ford são as principais vítimas da escassez global de chips, mas a Apple admitiu em seu relatório de lucros trimestrais que o fornecimento de alguns modelos de MacBook e iPad também será afetado. A coligação sublinha que as medidas governamentais não devem favorecer uma única indústria (por exemplo, os fabricantes de automóveis). Os analistas acreditam que a escassez global de chips continuará até 2022. Esta “crise” aumentou devido a muitos factores, incluindo as guerras comerciais entre os EUA e a China, a elevada procura e, claro, a pandemia da COVID-19. 

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