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A China é muito importante para a Apple, o próprio Tim Cook já enfatizou isso diversas vezes. Porque não, quando o mercado chinês é o segundo maior, depois do americano, onde a empresa californiana pode operar. Mas, até agora, não conseguiu fazer um avanço significativo na Ásia. A situação pode ser alterada através de um acordo com o maior operador do mundo, mas este dita as suas próprias condições. E a Apple não está acostumada com isso...

As negociações com as operadoras móveis do mundo ocorreram praticamente de acordo com um cenário. Uma pessoa interessada em vender iPhones veio até a Apple, assinou os termos ditados e saiu com um contrato assinado. Mas na China a situação é diferente. Outras marcas dominam o mercado lá. A Samsung está na liderança, seguida por outras cinco empresas, antes da Apple vir em seguida. Esta última perde principalmente pelo facto de não vender o iPhone na rede da maior operadora do país, a China Mobile.

Uma das razões para isso é o fato de o atual iPhone 5 ser simplesmente caro. Os clientes na China não são tão poderosos financeiramente como nos Estados Unidos, e o iPhone 5 provavelmente não iria tão longe, mesmo que fosse exibido em todas as lojas da China Mobile. Porém, tudo pode mudar com o novo iPhone, que a Apple vai lançar no dia 10 de setembro.

Se a especulação se confirmar e a Apple realmente mostrar uma variante mais barata de seu telefone, o iPhone 5C de plástico, o acordo com a China Mobile pode ser muito mais fácil. Uma percentagem muito maior de clientes na China já ouviu falar de um telefone Apple mais barato. Afinal, a Samsung e outros fabricantes dominam aqui porque inundam o mercado com smartphones Android baratos.

Mas a concretização da cooperação não dependerá tanto da China Mobile, que certamente gostaria de oferecer o iPhone1, mas sim sobre a Apple se ela estará disposta a recuar em suas demandas tradicionais. “A China Mobile detém todo o poder nesta relação”, diz Edward Zabitsky, diretor administrativo da ACI Research. "China Mobile oferecerá iPhone no momento em que a Apple reduzir seu preço."

O preço do iPhone 5 na China varia de 5 yuans (menos de 288 coroas) a 17 yuans, o dobro do K6 IdeaPhone, o principal smartphone da Lenovo. É o número dois no mercado chinês, depois da Samsung. “A relutância da Apple em oferecer qualquer desconto significativo e a relutância da China Mobile em subsidiar dispositivos caros impediram até agora um acordo”, de acordo com o analista John Bright da Avondale Partners. "Um iPhone mais barato, mais acessível para uma parte maior dos clientes da China Mobile, poderia ser um bom compromisso." E que a China Mobile é verdadeiramente abençoada com clientes sob seu controle, controlando 63% do mercado de mais de um bilhão.

Já é certo que o caminho para um consenso comum não será/não foi fácil. As negociações entre a Apple e a China Mobile já decorrem há vários anos. Já em 2010, Steve Jobs negociou com o então presidente Wang Jinazhou. Ele revelou que tudo estava no caminho certo, mas então surgiu uma nova gestão em 2012 e foi mais difícil para a Apple. O Diretor Executivo Li Yue afirmou que o plano de negócios e a partilha de benefícios devem ser resolvidos com a Apple. Desde então, o próprio chefe da Apple, Tim Cook, esteve na China duas vezes. No entanto, é possível que um acordo esteja realmente em andamento. Apple em 11 de setembro anunciou uma palestra especial, que será realizada diretamente na China, um dia após a introdução dos novos produtos. E é o anúncio do acordo com a China Mobile que é um tema provável.

Mas uma coisa é certa: se a China Mobile e a Apple apertarem as mãos, será um acordo como nenhum outro antes. Fala-se que a operadora chinesa vai mesmo forçar uma parte dos lucros da App Store. “A China Mobile acredita que deveria ficar com uma fatia do bolo de conteúdo. A Apple terá que ser muito mais flexível em relação a tudo isso.” avalia o respeitado especialista no mercado chinês Tucker Grinnan, do HSBC.

Provavelmente saberemos mais no dia 11 de Setembro, mas para ambas as partes, a eventual cooperação significará lucro.


1. A China Mobile certamente está interessada no iPhone, o que provou quando lançou o iPhone 4. Sua rede 3G não era compatível com este telefone, então, com medo de perder seus melhores clientes, ela começou a oferecer cartões-presente de até US$ 441 e pelo menos ao mesmo tempo, construiu uma rede Wi-Fi, para que os usuários possam navegar na web e fazer chamadas em sua rede 2G legada em seus iPhones. Naquela época, o principal parceiro da Apple na China era a operadora China Unicom, para a qual migraram os clientes da China Mobile.

Zdroj: Bloomberg.com
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