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Em fevereiro do ano passado, o CEO da Apple, Tim Cook, disse aos acionistas da empresa que ela havia comprado cerca de 100 empresas nos últimos seis anos. Isso significa que ele faz uma nova aquisição a cada três ou quatro semanas. É possível julgar por esses negócios o que a empresa apresentará de novidades no futuro? 

Esses números podem dar a impressão de que se trata literalmente de uma máquina de comprar empresas. Contudo, apenas algumas destas transacções mereceram mais atenção dos meios de comunicação social. O maior negócio ainda é a compra da Beats Music em 2014, quando a Apple pagou US$ 3 bilhões por ela. Entre os últimos grandes, por exemplo, está a compra da divisão da Intel que lida com chips para telemóveis, pela qual a Apple pagou mil milhões de dólares em 2019, ou a compra do Shazam em 2018 por 400 milhões de dólares. 

A página em inglês é definitivamente interessante Wikipedia, que trata de aquisições individuais da Apple e tenta incluir todas elas. Você descobrirá aqui que, por exemplo, em 1997, a Apple comprou a empresa NeXT por 404 milhões de dólares. Porém, o mais interessante é justamente a informação sobre o motivo pelo qual a Apple comprou determinada empresa e para quais produtos e serviços o fez.

VR, AR, Apple Car 

Em maio de 2020, a empresa comprou a NextVR voltada para realidade virtual, em 20 de agosto seguiu a Camerai com foco em AR e cinco dias depois seguiu a Spaces, startup de VR. No entanto, para o ARKit, a Apple compra com bastante frequência (Vrvana, SensoMotoric Instruments, Lattice Data, Flyby Media), por isso é questionável se estas empresas estão a lidar com um novo produto ou apenas a melhorar as funcionalidades existentes da sua plataforma. Ainda não temos um produto acabado em forma de óculos ou fone de ouvido, então só podemos adivinhar.

O mesmo se aplica ao acordo de 2019 da Drive.ai sobre veículos autônomos. Ainda nem temos a forma de um Apple Car aqui, e isso pode ser atribuído ao fato de a Apple já estar comprando o projeto Titan, como é chamado, em 2016 (Indoor.io). Não se pode dizer com certeza que a Apple comprará uma empresa que lida com um segmento e dentro de um ano e um dia lançará um novo produto ou melhorará significativamente um já existente. Mesmo assim, fica claro que cada “compra” realizada tem um significado próprio.

Pela lista de empresas, percebe-se que a Apple está tentando comprar interessados ​​em inteligência artificial (Core AI, Voysis, Xnor.ai), ou em música e podcasts (Promephonic, Scout FM, Asaii). O primeiro citado provavelmente já está implementado de alguma forma em iPhones, e o segundo provavelmente é a base não só de novidades do Apple Music, como qualidade de audição sem perdas, etc., mas também da expansão do aplicativo Podcasts.

Outra estratégia 

Mas quando se trata de comprar empresas, a Apple tem uma estratégia diferente da maioria dos seus grandes rivais. Eles rotineiramente fecham negócios multibilionários, enquanto a Apple compra pequenas empresas principalmente por seu talentoso pessoal técnico, que depois integra à sua equipe. Graças a isso, pode acelerar a expansão no segmento em que a empresa adquirida se enquadra.

Tim Cook em entrevista para CNBC em 2019 ele disse que a abordagem ideal da Apple é descobrir onde há problemas técnicos e depois comprar empresas para resolvê-los. Um exemplo seria a aquisição da AuthenTec em 2012, que levou à implantação bem-sucedida do Touch ID em iPhones. Por exemplo. em 2017, a Apple comprou um aplicativo para iPhone chamado Workflow, que serviu de base para o desenvolvimento do aplicativo Shortcuts. Em 2018, comprou o Texture, que na verdade deu origem ao título Apple News+. Até a Siri foi fruto de uma aquisição feita em 2010. 

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