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Mesmo antes do lançamento do novo iPhone 6, muitas pessoas acreditavam que o modelo básico teria 32 GB de armazenamento e que a Apple passaria das variantes de 16 GB, 32 GB e 64 GB para o dobro. Em vez disso, porém, manteve a variante de 16 GB e dobrou as outras duas para 64 GB e 128 GB, respectivamente.

O iPhone com capacidade de 32 GB saiu completamente da oferta da Apple. Por US $ 100 extras (vamos nos limitar aos preços dos EUA para maior clareza), você não receberá o dobro, mas o quádruplo da versão básica. Por US$ 200 extras, você obtém oito vezes a capacidade básica. Para quem queria adquirir uma capacidade maior, esta é uma boa notícia. Pelo contrário, quem queria ficar com a base e esperava 32GB fica decepcionado, ou recorre à variante de 64GB, porque o valor agregado por US$ 100 é ótimo.

Se a Apple apresentasse um iPhone com 32 GB de memória como modelo mais barato, a grande maioria dos usuários ficaria feliz e poucos pagariam a mais por uma capacidade maior. Mas a Apple (ou qualquer empresa) não gostaria disso. Todo mundo quer ganhar o máximo possível com o mínimo de despesas possível. O preço de produção de chips de memória individuais varia em vários dólares, por isso é lógico que a Apple gostaria que a maior parte dos usuários optasse por modelos mais caros.

As empresas ferroviárias americanas seguiram um caminho semelhante já no século XIX. A viagem de terceira classe era confortável e com boa relação custo-benefício. Somente aqueles que podiam pagar esse luxo viajavam em segunda e primeira classe. Porém, as empresas queriam que mais passageiros comprassem as passagens mais caras, por isso retiraram o teto dos vagões de terceira classe. Os passageiros que antes usavam a terceira classe e ao mesmo tempo tinham recursos para a segunda classe passaram a viajar com mais frequência na classe superior.

Alguém com um iPhone de 16 GB provavelmente também terá US$ 100 extras para comprar um iPhone de 64 GB. A memória quádrupla é tentadora. Ou, claro, podem poupar, mas depois não obtêm o “luxo” que merecem. É importante mencionar que a Apple não está obrigando ninguém a fazer nada – a base é a mesma, por uma taxa adicional (ou seja, margens maiores para a Apple) de maior valor agregado. Como esta tecnologia afeta os resultados financeiros da Apple ele calculou no seu blog Caminho Iterativo Trapos Srinivasan.

A primeira tabela mostra os dados reais dos iPhones vendidos no último ano fiscal. A segunda tabela é ampliada por vários dados, o primeiro dos quais é a vontade de adquirir maior capacidade. Com isso, vamos considerar que cerca de 25-30% dos compradores optariam por um iPhone de 64 GB em vez de 16 GB, mas, ao mesmo tempo, não estariam dispostos a pagar a mais se 32 GB de memória estivessem na base ou como opção intermediária. . A segunda é o aumento do custo para produzir um chip de memória com maior capacidade. Suponha que a capacidade maior custe à Apple US$ 16. Mas ao cobrar US$ 100 extras, ele acaba com US$ 84 (sem incluir outras despesas).

Para um exemplo ilustrativo, tomemos a diferença entre o lucro fictício e o real do quarto trimestre de 2013, que é de 845 milhões de dólares. Este lucro extra é maior porque mais clientes compraram o iPhone de maior capacidade. O custo de produção de um chip com maior capacidade precisa ser deduzido desse lucro. Chegamos então a um lucro adicional de 710 milhões de dólares. Como pode ser visto na soma da última linha da segunda tabela, a omissão da variante de 32 GB trará US$ 4 bilhões extras por basicamente nada, em uma estimativa sóbria. Além disso, os cálculos não levam em consideração o fato de que a produção do iPhone 6 Plus não é muito mais cara que a do iPhone 6, então as margens são ainda maiores.

Zdroj: Caminho Iterativo
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